terça-feira, 29 de março de 2011

A HORA CERTA

A HORA CERTA
Ec 12.1-7
Ronaldo Luís Nazário de Lima, mais conhecido como Ronaldo Fenômeno, desde que iniciou sua carreira como jogador profissional em 1993 com apenas i6 anos de idade; chama a atenção da mídia por seu talento e por suas polêmicas. É o maior artilheiro da história das Copas do Mundo com quinze gols. Acumula uma marca de 16 títulos nacionais e internacionais. 13 prêmios de reconhecimento, entre eles o de melhor jogador do mundo.
No dia 15 de fevereiro desse ano, mais uma vez Ronaldo provocou atenção global para sua vida, quando em coletiva anunciou a sua aposentadoria como jogador de futebol.
Zeca Camargo, escritor, jornalista e apresentador do Fantástico, escreveu um artigo para o G1, Site da Rede Globo.
A Hora de Parar
“Ronaldo soube a hora de parar. Os mais ranzinzas vão cutucar dizendo que o “adeus” chegou um pouquinho atrasado. Fãs idólatras já argumentam que a aposentadoria veio cedo demais… Mas o senso comum, pelo que pude avaliar esta semana, é de que o ponto final veio na hora que deveria vir. E por vários motivos.
Primeiro, porque ele ainda é “adorado”; Segundo, porque financeiramente, ele ainda vai ganhar muito dinheiro; Terceiro, porque seu “rendimento criativo” (para não falar do físico) já vinha dando sinais de que estava no negativo… E quarto, porque tomando a atitude voluntariamente, antes de ser forçado de maneira constrangedora a literalmente pendurar as chuteiras, ele provou que tem uma qualidade que muitas pessoas esquecem de procurar nos atletas do gramado: inteligência.
Aplaudo Ronaldo de pé por sua decisão. E gostaria que mais pessoas notórias tivessem a sabedoria e a humildade de reconhecer que “chegou a sua hora”.”

Ronaldo, nisto, torna-se um exemplo a ser seguido porque soube compreender a hora certa. Quem não compreende a hora certa, chega atrasado e nisso perde o voou, perde a partida do ônibus, perde o trem, perde o barco, perde a viagem. Quem não compreende a hora certa, usa compulsivamente os cartões e os cheques especiais, nisso perde o crédito, perde a confiança, perde a conta, perde o salário. Quem não compreende a hora certa, exagera na dose e nisso perde o tempo, perde o dinheiro, perde a saúde, perde amigos, perde o emprego, perde a família, perde a vida.
Portanto, saber a hora certa não é só uma questão de inteligência, é também uma questão de vida. Saber a hora certa é pois de vital importância.
E o texto bíblico que lemos tem muito a ver com essa verdade. Existe muita gente que não sabe a hora certa de se posicionar.
O livro Eclesiastes é o livro bíblico que melhor retrata a perspectiva existencialista do ser humano. Trata-se convincentemente o vazio e a perplexidade da vida sem um relacionamento com o Senhor, por isso a palavra chave é “vaidade”, a fútil presunção de tentar ser feliz longe de Deus. Salomão, o mais sábio, rico e influente rei da história de Israel, olha para a vida e, a partir da perspectiva humana, declara que tudo é inútil. Mesmo experimentando poder, popularidade, prestígio, e prazeres, Salomão entende que cada ser humano tem a eternidade em seu coração, de modo que nada que seja terreno lhe fará completamente feliz. Todavia, olhando a vida com a perspectiva divina, ela ganha sentido e propósito, só a partir daí Salomão pode dizer: coma... beba... alegre-se... faça o bem... tema a Deus e cumpra seus mandamentos.
É então nessa perspectiva da vida a partir de Deus, que a Bíblia manda que nos lembremos do Senhor. (Lembra-te do teu Criador)
Um dos homens mais lidos no mundo hoje é o humanista e cientista empírico Doutor Augusto Jorge Cury. Ele tem como referência mais de 17 anos de pesquisa sobre o funcionamento da mente humana, que o levou a construção da Teoria da Inteligência Multifocal. Entre as descobertas mais importantes da teoria da Inteligência Multifocal, está a constatação dos 4 principais grandes fenômenos que financiam o funcionamento de nossa mente. Nessa lista de artigos a respeito, está o fenômeno da Âncora da Memória. Pelos escritos do autor, nem toda a memória está disponível para ser lida ao mesmo tempo. A Âncora da Memória pode ser entendida como um foco ou um território de leitura da memória num determinado momento existencial.
Ou seja, a mente é setorizada, e nem todos os setores estão disponíveis para a leitura da memória.
Trazer Deus à memória, fazer um memorial de Deus, é o mesmo que Fazer Deus tão importante em sua vida, que ele seja encontrado em todos os setores da sua mente.
Salomão conclui seu texto dizendo: “De tudo que se tem ouvido, a suma é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem”.
A palavra temor, indica reverência. E, como o texto bíblico é existencialista, você deve trazer Deus ao seu dia-dia de modo a reverenciá-lo em todas as coisas. A todo tempo preste reverencia a Deus, trazendo-O à memória em suas relações profissionais, reverencie a Deus em suas relações familiares; reverencie a Deus em suas relações amigáveis e assim sucessivamente. Em tudo na sua vida, encontre Deus e mostre-lhe temor, reverenciando-O em todas as coisas.
Lembrar do criador, pensar na idade avançada e até mesmo na morte não tenciona produzir “Momento Morti”, lembra-te que deves morrer. Isso deve produzir “Momento Creatoris”, lembra-te da criação; lembra-te que foi criado para viver.
A reflexão deste texto é para a vida, é para agora, esta é a hora certa, hoje é a hora certa. Viver sem a presença de Deus, é fazer da vida apenas uma sucessão de fatos, uma sucessão de dias, de anos até chegar ao fim.
Se existiu alguém que experimentou a vida da melhor forma dentro da perspectiva humana, esse alguém é Salomão. Teve tudo que a vida pode oferecer, mas isso tudo fora muito frustrante quando percebeu que nisso não poderia ser completamente feliz. Inteligente, Salomão compreendeu a hora certa, acreditou que além de não encontrar a felicidade nas coisas deste mundo, Deus trará a juízo todas as obras. Ec 11.9; 12.14
A pessoa inteligente sabe que a idéia não é excluir da sociedade aqueles temem a Deus. A pessoa inteligente sabe que a idéia não é privar ninguém dos proveitos que a vida pode oferecer. Esta reflexão de Eclesiastes conclama a todos, para viverem as coisas boas da vida ao lado de Deus, porque somente ao lado de Deus, a vida será de fato verdadeiramente boa.
Não espere ficar sem forças suficientes para vir à igreja, não espere ficar esclerosado a ponto de não discernir o certo e o errado. Não perca tempo, não deixe de desfrutar o lado divino da vida, seja inteligente, coloque Deus em sua jornada. Lembre das palavras de Zeca Camargo a respeito de Ronaldo: “E gostaria que mais pessoas notórias tivessem a sabedoria e a humildade de reconhecer que “chegou a sua hora”.”

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Batistas repudiam campanha político-religiosa contra o PT

Batistas repudiam campanha político-religiosa contra o PT

ELEIÇOES 2010: PRONUNCIAMENTO DA ALIANÇA DE BATISTAS DO BRASIL

do site da Aliança

A Aliança de Batistas do Brasil vem, por meio deste documento, reafirmar o compromisso histórico dos batistas, em todo o mundo, com a liberdade de consciência em matéria de religião, política e cidadania. A paixão pela liberdade faz com que, como batistas, sejamosum povo marcado pela pluralidade teológica, eclesiológica e ideológica, sem prejuízo de nossa identidade. Dessa forma, ninguém pode se sentir autorizado a falar como “a voz batista”, a menos que isso lhe seja facultado pelos meios burocráticos e democráticos de nossa engrenagem denominacional.

Em nome da liberdade e da pluralidade batistas, portanto, a Aliança de Batistas do Brasil torna pública sua repulsa a toda estratégia político-religiosa de “demonização do Partido dos Trabalhadores do Brasil” (doravante PT). Nesse sentido, a intenção do presente documento é deixar claro à sociedade brasileira duas coisas:

(1) mostrar que tais discursos de demonização do PT não representam o que se poderia conceber como o pensamento dos batistas brasileiros, mas somente um posicionamento muito pontual e situado;

(2) e tornar notório que, como batistas brasileiros, as ideias aqui defendidas são tão batistas quanto as que estão sendo relativizadas.

1. A Aliança de Batistas do Brasil é uma entidade ecumênica e dedicada, entre outras tarefas, ao diálogo constante com irmãos e irmãs de outras tradições cristãs e religiosas. Compreendemos que tal posicionamento não fere nossa identidade.

Do contrário, reafirma-a enquanto membro do Corpo de Cristo, misteriosamente Uno e Diverso. Assim, consideramos vergonhoso que pastores e igrejas batistas histórica e tradicionalmente anticatólicos, além de serem caracterizados por práticas proselitistas frente a irmãos e irmãs de outras tradições religiosas de nosso país, professem no presente momento a participação em coalizões religiosas de composição profundamente suspeita do ponto de vista moral, cujos fins dizem respeito ao destino político do Brasil.

Vigoraria aí o princípio apontado por Rubem Alves (1987, p. 27-28) de que “em tempos difíceis os inimigos fazem as pazes”? Com o exposto, desejamos fazer notória a separação entre os interesses ideológicos de tais coalizões e os valores radicados no Evangelho. Por não representarem a prática cotidiana de grande fração de pastores e igrejas batistas brasileiras, tais coalizões deixam claro sua intenção e seu fundo ideológico, porém, bem pouco evangélico. Logrado o êxito buscado, as igrejas e os pastores batistas comprometidos com as coalizões “antipetistas” dariam continuidade à prática ecumênica e ao diálogo fraterno com a Igreja Católica, assim como com as demais denominações evangélicas e tradições religiosas brasileiras? Ou logrado o êxito perseguido, tais igrejas e pastores retornariam à postura de gueto e proselitismo que lhes marcam histórica e tradicionalmente?

2. Como entidade preocupada e atuante em face da injustiça social que campeia em nosso país desde seu “descobrimento”, a Aliança de Batistas do Brasil sente-se na obrigação de contradizer o discurso que atribui ao PT a emergente “legalização da iniquidade”. Consideramos muito estranho que discursos como esse tenham aparecido somente agora, 30 anos depois de posicionamentos silenciosos e marcados por uma profunda e vergonhosa omissão diante da opressão e da violência a liberdades civis, sobretudo durante a ditadura militar (1964-1985). Estranhamos ainda que tais discursos se irmanem com grupos e figuras do universo político-evangélico maculadas pelo dinheiro na cueca em Brasília, além da fatídica oração ao “Senhor” (Mamon?).

Estranhamos ainda que tais discursos não denunciem a fome, o acúmulo de riqueza e de terras no Brasil (cf. Isaías 5,8), a pedofilia no meio católico e entre pastores protestantes, como iniquidades há tempos institucionalizadas entre nós.

Estranhamos ainda que tais discursos somente agora notem a possibilidade da legalização da iniquidade nas instituições governamentais, e faça vistas grossas para a fatídica política neoliberal de FHC, além da compra do congresso para aprovar a reeleição. Estranhamos que tais discursos não considerem nossos códigos penal e tributário como iniquidades institucionalizadas. Os exemplos de como a iniquidade está radicalmente institucionalizada entre nós são tantos que seriam extenuantes. Certamente para quem se domesticou a ver nas injustiças sociais de nosso Brasil um fato “natural”, ou mesmo como a “vontade de Deus”, nada do mencionado antes parece ser iníquo. Infelizmente!

3. Como entidade identificada com o rigor da crítica e da autocrítica, desejamos expressar nosso descontentamento com a manipulação de imagens e de informações retalhadas, organizadas como apelo emocional e ideológico que mais falseia a realidade do que a apreende ou a esclarece. Textos, vídeos, e outros recursos de comunicação de massa, devem ser criteriosamente avaliados.

Os discursos difamatórios tais como os que se dirigem agora contra o PT quase sempre se caracterizam por exemplos isolados recortados da realidade.

Quase sempre, tais exemplos não são representativos da totalidade dos grupos e das ideologias envolvidas. Dito de forma simples: uma das armas prediletas da difamação é a manipulação, que se dá quase sempre pelo uso de falas e declarações retiradas do contexto maior de onde foram emitidas. Em lugar de estratégias como essas, que consideramos como atentados à ética e à inteligência das pessoas, gostaríamos de instigar aos pastores, igrejas, demais grupos eclesiásticos e civis, o debate franco e aberto, marcado pelo respeito e pela honestidade, mesmo que resultem em divergências de pensamento entre os participantes.

4. A Aliança de Batistas de Brasil é uma entidade identificada com a promoção e a defesa da vida para toda a sociedade humana e para o planeta. Mas consideramos também que é um perigo quando o discurso de defesa da vida toma carona em rancores de ordem política e ideológica.

Consideramos, além disso, como uma conquista inegociável a laicidade de nosso estado. Por isso, desconfiamos de todo discurso e de todo projeto que visa (re)unir certas visões religiosas com as leis que regem nossa sociedade. A laicidade do estado, enquanto conquista histórica, deve permanecer como meio de evitar que certas influências religiosas usurpem o privilégio perante o estado, e promova assim a segregação de confissões religiosas diferentes. É mister recordar uma afirmação de um dos grandes referenciais teológicos entre os batistas brasileiros, atualmente esquecido: “Os batistas crêem na liberdade religiosa para si próprios. Mas eles crêem também na igualdade de todos os homens. Para eles, isso não é um direito; é uma paixão. Embora não tenhamos nenhuma simpatia pelo ateísmo, agnosticismo ou materialismo, nós defendemos a liberdade do ateu, do agnóstico e do materialista em suas convicções religiosas ou não-religiosas” (E. E. Mullins, citado por W. Shurden).

Nossa posição está assentada na convicção de que o Evangelho, numa dada sociedade, não deve se garantir por meio das leis, mas por meio da influência da vida nova em Jesus Cristo. Não reza a maior parte das Histórias Eclesiásticas a convicção de que a derrota do Cristianismo consistiu justamente em seu irmanamento com o Império Romano? Impor a influência de nossa fé por meio das leis do Estado não é afirmar a fraqueza e a insuficiência do Evangelho como “poder de Deus para a salvação de todo o que crê”? No mais, em regimes democráticos como o Estado brasileiro, existem mecanismos de participação política e popular cuja finalidade é a construção de uma estrutura governamental cada vez mais participativa. Foi-se o tempo em que nossa participação política estava confinada à representatividade daqueles em quem votamos.

5. A Aliança de Batistas do Brasil se posiciona contra a demonização do PT, levando em consideração também que tal processo nega o legado histórico do Partido dos Trabalhadores na construção de um projeto político nascido nas bases populares e identificado com a inclusão e a justiça social. Os que afirmam o nascimento de um “império da iniquidade”, com uma possível vitória do PT nas atuais eleições, “esquecem” o fundamental papel deste partido em projetos que trouxeram mais justiça para a nação brasileira, como, por exemplo: na reorganização dos movimentos trabalhistas, ainda no período da ditadura militar, visando torná-los independentes da tutela do Estado; na implantação e fortalecimento do movimento agrário-ecológico dos seringueiros do Acre pela instalação de reservas extrativistas na Amazônia, dirigido, na década de 1980, por Chico Mendes; nas ações em favor da democracia, lutando contra a ditadura militar e utilizando, em sua própria organização, métodos democráticos, rompendo com o velho “peleguismo” e com a burocracia sindical dos tempos varguistas; nas propostas e lutas em favor da Reforma Agrária ao lado de movimentos de trabalhadores rurais, sobretudo o MST; no apoio às lutas pelos direitos das crianças, adolescentes, jovens, mulheres, homossexuais, negros e indígenas; e na elaboração de estratégias, posteriormente transformadas em programas, de combate à fome e à miséria.

Atualmente, na reta final do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, vemos que muita coisa desse projeto político nascido nas bases populares foi aplicado. O governo Lula caminha para seu encerramento apresentando um histórico de significativas mudanças no Brasil: diminuição do índice de desemprego, ampliação dos investimentos e oportunidades para a agricultura familiar, aumento do salário mínimo, liquidação das dívidas com o FMI, fim do ciclo de privatização de empresas estatais, redução da pobreza e miséria, melhor distribuição de renda, maior acesso à alimentação e à educação, diminuição do trabalho escravo, redução da taxa de desmatamento etc.

É verdade que ainda há muito a se avançar em várias áreas vitais do Brasil, mas não há como negar que o atual governo do PT na Presidência da República tem favorecido a garantia dos direitos humanos da população brasileira, o que, com certeza, não aconteceria num “império de iniquidade”.

Está ficando cada vez mais claro que os pregadores que anunciam dos seus púpitos o início de uma suposta amplitude do mal, numa continuidade do PT no Executivo Federal, são os que estão com saudade do Brasil ajoelhado diante do capital estrangeiro, produzindo e gerenciando miséria, matando trabalhadores rurais, favorecendo os latifundiários, tratando aposentados como vagabundos, humilhando os desempregados e propondo o fim da história.

Enfim, a Aliança de Batistas do Brasil vem a público levantar o seu protesto contra o processo apelatório e discriminador que nos últimos dias tem associado o Partido dos Trabalhadores às forças da iniquidade. Lamentamos, sobretudo, a participação de líderes e igrejas cristãs nesses discursos e atitudes que lembram muito a preparação das fogueiras da inquisição.

Maceió, 10 de setembro de 2010

Pastora Odja Barros Santos – Presidente

Pastores/as batistas membros da Aliança

Pr. Joel Zeferino _ Igreja Batista Nazaré – Salvador-BA

Pr. Wellington Santos – Igreja Batista do Pinheiro – Maceió-AL

Pr. Paulo César – Igreja Batista Bultrins – Olinda –PE

Pr. Paulo Nascimento – Igreja Batista da Forene – Maceió-AL

Pr. Reginaldo José da Silva – Igreja Batista da Cidade evangélica dos órfãos – Bonança-PE

Pr. Waldir Martins Barbosa – Ig. Batista Esperança

Pr. Silvan dos Santos – Igreja Batista Pinheiros – São Lourenço da Mata- PE

Pr. Marcos Monteiro – Comunidade de Jesus – Feira de Santana – BA

Pr. João Carlos Silva de Araujo – Primeira Igreja Batista do Recreio

Pra. Marinilza dos Santos – Igreja Batista Pinheiros – São Lourenço da Mata- PE

Pr. Adriano Trajano – Chã Preta – AL

Pr. Pedro Virgilio da Silva Filho – Serrinha BA

Pr. Gilmar de Araújo Duarte – PIB Brás de Pina – RJ

Pr. Alessandro Rodrigues Rocha – SIB Petrópolis, Petrópolis RJ

Pr. Nilo Tavares Silva – Igreja:Batista em Praça do Carmo, Rio de Janeiro RJ

Pr.Luis Nascimento – Princeton, NJ – USA

Pr.Raimundo Barreto – USA

Pr. Roberto Costa Oliveira - PIB de Pé de Serra-Ba

sábado, 4 de setembro de 2010

IGREJA BATISTA DE PÉ DE SERRA
Uma Família em Desenvolvimento

A Igreja Batista em Pé de Serra viveu um dois mil e nove super abençoado. A edificação e o crescimento marcaram aquele ano como sendo um dos mais produtivos na história da igreja. A conscientização acerca da comunhão cristã, da necessidade de se fazer uma igreja moderna sem perder o foco bíblico e do envolvimento individual de cada crente fez com a igreja alcançasse um amadurecimento que resultou em uma igreja forte na sociedade Pé-de-serrense. Hoje olhamos para trás e temos o nosso coração grato a Deus por sua presença e cuidado.
Dentro de todos os eventos que foram realizados em dois mil e nove alguns marcaram nossas vidas, a exemplo da capacitação de professores da Escola Bíblica, realizada em janeiro daquele ano. Preferimos chamá-la de Jornada Pedagógica Cristã visto que o objetivo da capacitação foi conscientizar os professores da EBD sobre ferramentas pedagógicas que devem ser usadas para se construir uma Escola Bíblica interessante e formadora de discípulos de Cristo. Na ocasião pudemos contar com a presença de uma Matemática especialista em EBD que desenvolveu a idéia de plano de aula e uma Psicopedagoga que trabalhou as ferramentas pedagógicas. A nossa Escola Bíblica já não é mais a mesma.
Em Abril, nossa Igreja experimentou um bom momento de confraternização e lazer, no dia dezenove de abril, um ônibus com boa parte da igreja e com novos convertidos em sua maioria se dirigiu a Arembepe, onde ficamos até o dia vinte e um de abril. Momentos de reflexão fizeram aquele retiro mais interessante e espiritual, inclusive uma delas com o pastor Abrão da Silva que nos deu a honra de ouvi-lo em uma das noites de culto. Voltamos de Arembepe com um gostinho de quero mais e desde aquela ocasião a igreja sonha com o próximo retiro.



Já em maio de dois mil e nove o momento foi mais romântico, além de darmos ênfase ao mês da família, nós organizamos o Primeiro Encontro de Casais da igreja, o impacto não foi apenas para os membros da congregação, visto que estendemos o convite para casais não crentes da cidade. O evento foi marcado pela presença de pessoas ilustres da sociedade como o prefeito e esposa, o vice-prefeito e esposa, alguns vereadores acompanhados de suas esposas e outras pessoas, Mas, as presenças que mais emocionaram a congregação foram as dos maridos descrentes de algumas irmãs da igreja.


Agosto foi impactante com a movimentação dos jovens para o desenvolvimento da obra de Deus, todo o mês ficou sob a responsabilidade deles. Foram finais de semana edificantes, pastores como Agnaldo Alonso da PIB de Serrinha, Miquéias França de Amélia Rodrigues e Samuel Nascimento de Riachão do Jacuípe fizeram dos momentos de reflexão bíblica banquetes da Palavra de Deus.


Setembro teve ainda uma participação importante dos jovens. A juventude da Primeira Igreja Batista de Valente, iniciou um intercâmbio de jovens trazendo cerca de cinqüenta pessoas entre moças e rapazes. A alegria era contagiante, outros jovens da cidade vieram para a igreja e não saiam nem mesmo fora da hora das atividades, estavam impressionados com a maneira jovem de ser crente.


O mês de novembro foi corrido, percebendo a necessidade de mostrar a igreja métodos de evangelismo, durante todo o ano falamos sobre igreja com propósitos, um modelo de igreja que enfatiza a Comunhão, a Adoração, o Discipulado, o Serviço, Missões e Grupos Familiares. Decidimos começar o mês realizando um Seminário de Igreja com Propósitos. O pastor Eliú Rodrigues da PIB de Conceição do Coité, convidado nosso, foi uma ferramenta importante para este momento. Todos que fizeram o seminário saíram radiantes com a possibilidade de desenvolver esta fórmula na igreja.

Não posso esquecer de um dos momentos mais marcantes do ano, vinte e um novos crentes desceram às águas batismais, porque se arrependeram de seus pecados e confessaram a Cristo como salvador de suas vidas. Alugamos um espaço com piscina para realizarmos o evento, não há palavras para descrever o que ocorreu naquela noite, a cidade estava presente em massa para ver as pessoas que aviam abandonado suas antigas religiões e agora confessavam ter nascido de novo.


No final de novembro estávamos reunidos para cultuar em ação de graças por mais um ano da igreja em Pé de Serra. A presença dos grupos familiares da Ibam foi o presente que recebemos de Deus e por ele somos muito agradecidos. A disposição e o amor para com a obra de Deus daquelas pessoas marcaram nossas vidas. A honra de receber alguns irmãos membros das igrejas associadas a Associação Batista feirense também foi relevante para a nossa felicidade do momento.


No último mês do ano além do natal, no qual foi apresentado uma peça empolgante e do ano novo com o culto da virada, a igreja viveu um momento belíssimo com o I Congresso da Família, um final de semana que a igreja pensou sobre a importância da família para os tempos atuais, como acompanhar o avanço da sociedade sem perder os valores cristãos.
Assim tivemos um ano bem sucedido. Optei por não citar as dificuldades, aprendi que sou porta voz de boas noticias. E, por falar em boas noticias, lembro da inauguração da congregação no povoado de cascalheiras, fortalecimento do ponto de pregação em Cabuí e os avanços na conclusão do prédio onde congregamos.
Dois mil e dez será o ano da organização, há muita coisa para colocar em ordem, Até mesmo num sentido orgânico da igreja. Secretaria, ministérios, pequenos grupos, formação de líderes e sobre tudo o inicio do novo templo que tem sido a prioridade de dois mil e dez.

sábado, 14 de agosto de 2010

ENENEM EVAGÉLICO

ENENEM - Nomes

Vamos lá para mais um,
Exame Nacional Evangélico Neófito de Ensino Medíocre

1. Abandonou Paulo por ocasião da última prisão do apóstolo:

a) Figelo
b) Fineve
c) Fisereno-da-madrugada
d) Fiiceberg

2. Um dos filhos de Arão e Eliseba; pai de Finéias:

a) Eleazar
b) Elesorte
c) Elebingo
d) Mick Jagger

3. Reinou de 37 a 44 A.D. Matou Tiago, irmão de João; morreu comido de vermes:

a) Herodes Engripa
b) Herodes Agripa
c) Herodes Trava
d) Herodes Nega-Fogo-Na-Hora-Agá

4. Pai de dois valentes de Davi:

a) Elsiim
b) Elnaão
c) Eltaalvez
d) Elvoou-Consultar-o-Polvo

5. Macedônio, companheiro de Paulo:

a) Gaio
b) Foia
c) Carvaio
d) Nos-gaio-seco-de-uma-ávore-quaquer

6. Primeiro acampamento de Israel depois de passar o Jordão:

a) Chicobethania
b) Tomsandy
c) Gilgal
d) Djavangélico

7. Um dos filhos de Jafé:

a) Gomer
b) Gagar
c) Guspir
d) Guzinhar-o-calo

8. Irmã de Gileade:

a) Hamolequete
b) Ah moleque!
c) Hapentelho
d) Ha-essesmoços-pobresmoços

9. Filho de Cão e neto de Noé:

a) Vaque
b) Pute
c) Prostitute
d) Mulhé-da-vide

10. Filho de Cão e neto de Noé:

a) Segundão
b) Tempão
c) Horão
d) Pressão-é-inimigão-da-perfeição

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Oração de um eleitor!



A Oração de um eleitor!


“Oh Deus, perdoa esse eleitor coitado
que nas ‘Diretas Já’ gritou um bocado
pedindo urnas pra poder votar.
Oh Deus, será que o Senhor se zangou
e só por isso se arretirou
deixando a bandidagem se candidatar.
Oh Deus, se eu não rezei direito o Senhor me perdoe
eu acho que a culpa foi
deste pobre que nem sabe fazer oração”.

Oh Senhor, queríamos tanto votar, que em 1984 saímos às ruas no movimento ‘Diretas Já’, rezando e clamando pela aprovação da Emenda Dante de Oliveira. Lá, nos comícios, enquanto os fartos seios da Fafá de Belém arfavam cantando o hino nacional, o nosso peito varonil, bem sintonizado, elevava preces aos céus, implorando que chovessem candidatos em nosso roçado eleitoral. Se fossem muitos, poderíamos escolher o melhor para nos governar.

As nossas súplicas foram ouvidas. Choveu. Mas choveu além da conta. Uma tempestade de candidatos espertalhões, malandros e ruins de rima inundou o país, afogando os eleitores nas urnas, confundindo-os. Oh Senhor, nós pedimos pra chover, mas chover de mansinho, pedimos pra ditadura sair de fininho, pra ver se nascia democracia com a eleição. Mas veja, Senhor, o que está acontecendo em todos os cantos do país.

Alagoas – Elle outra vez? Não, Senhor! Piedade! Clemência! Conquistamos o direito de votar e logo na primeira eleição escolhemos um filhote da ditadura que o pariu, travestido de ‘caçador de marajás’. Erramos. Corrigimos o erro, derrubando o esquema PC Farias, que recolhia a bufunfa através de ‘contas fantasmas’. Agora, elle volta pelo PTB (vixe) pra governar Alagoas, purificado pelo jingle cujos versos cantam: “É Lula apoiando Collor, é Collor apoiando Dilma pelos mais carentes. E os três pelo bem da gente”. Um escárnio! O PT local conseguiu vetar a rima duvidosa. Elle mudou, mas continuou desafiando com a rima fácil do Egberto Lurian Batista e o jingle ficou assim: “Não adianta, o povo sabe quem tá apoiando quem. O povo tá decidido e vai apoiar também”. Oh Senhor, por que nos castigas assim? Envia-nos, Senhor, o Espírito Santo e junto com ele o motorista Eriberto França para refrescarem a memória do eleitor.

Com elle, vem o candidato ao senado, Renán Calheiros (PMDB, vixe), o do Renan-gate, o das rádios em nome de ‘laranjas’; o traficante de influência junto à Schincariol; o usuário de notas fiscais frias em nome de empresas fantasmas; o da montagem de um esquema de desvio de dinheiro público em ministérios comandados pelo PMDB. Não permita, Senhor, que Collor e Renan se reelejam. Chama os cara-pintadas, Senhor, e contrata um poeta que pelo menos rime “quem” e “ também” com “homem-de-bem”.

Brasília – Oh, Senhor, a democracia fica ferida com Joaquim Roriz (PSC vixe!), 74 anos, quanto mais velho, mais escândalos: acordo com bicheiro, desvios de verbas, superfaturamento da merenda escolar, cinco inquéritos no STJ, seis notícias crimes, improbidade, falsidade ideológica, crimes contra a fé pública. Governador de Brasília nomeado por Sarney, em 1988, ele foi reeleito três vezes com o voto popular. Nós te suplicamos, Senhor, se for tua vontade punir o eleitor, cegando-o uma vez mais, elege o Roriz, mas retira antes sua cueca e suas meias, deixa-o despido, nu, e tapa o seu fiofó com cimento como se fosse um poço de petróleo no Golfo do México, para que ele não tenha nenhum buraco onde esconder o caixa dois. Faz o mesmo, Senhor, com Agaciel Maia (PTC, vixe), candidato a deputado distrital.

Maranhão – Oh Senhor, quanto mais rezo, mais assombração me aparece. Lá vem, outra vez, Roseana Sarney (PMDB, vixe), filha do atraso e do coronelismo, das 15 mil marmitas, de R$ 1.340.000,00 não-declarados, acusada em escândalo de corrupção com a empresa Lunus Participações da qual é sócia, de peculato, de estelionato e de formação de quadrilha com Jorge Murad. O processo foi arquivado e ela recebeu apoios para se ‘purificar’, denuncia Flávio Dino (PCdoB/MA): “O dono do Maranhão, o dono do mar, agora acha que é o dono da Dilma”. José Sarney (vixe) legou a capitania hereditária pra sua filha, da mesma forma que o deputado ficha-suja Fufuca Dantas (PMDB/MA, vixe) cedeu seu lugar ao filho de 21 anos, o André Fufuca, conhecido como Fufuquinha. Eles se multiplicam como cobra de sete cabeças. Oh Senhor, nem que Lula peça de joelhos, nem que a Dilma tussa, não permita que eleitores votem em fufuquinhas. Que votem em Flávio Dino, Senhor! Desculpa, Senhor, eu pedir a toda hora pra chegar o inverno, desculpa eu pedir pra acabar com o inferno, que sempre queimou o meu Maranhão, o estado mais saqueado da Federação.

Pará – Oh, Senhor, procura, está lá, no Arquivo do Banco Central, na estante 05, prateleira 01, caixa 1876, o processo número 9200047419, que tem 2.509 páginas em nove volumes. Lá Jader Barbalho (PMDB, vixe, vixe) é acusado de ter desviado 10 milhões do Banpará. O Conde de Abacatal, o homem do desvio de R$ 16,7 milhões da Sudam, acusado de “ladrão” pelo seu colega Toninho Malvadeza, está de volta como candidato ao Senado, com seus braços que já foram algemados, com suas mãos que já foram beijadas e com sua curriola que rima Barbalho com o quê mesmo? Oh, Senhor, será que tu não entendes quando rezo em português? Then, I will ask you, my Lord, fuck Jeider Barbeilho and his gang. Faz isso, Senhor, em nome da saúde pública.

Roraima – Lembra-te, Senhor, os “gafanhotos” comeram a folha de pagamento do Estado de Roraima e sugaram suas últimas energias, desviando mais de R$ 230 milhões dos cofres públicos. Agora, estão de volta os três mosqueteiros inimigos dos índios: Neudo Campos, José de Anchieta e Romero Jucá (ex-PSDB, atual PMDB, futuro PT?), esse último fiel líder do governo FHC e agora líder fidelíssimo do Governo Lula no Senado, acusado de ter oferecido sete fazendas inexistentes como garantia para um financiamento do Banco da Amazônia, entre outras denúncias, incluindo desvio de R$ 4,9 milhões destinados à coleta de lixo em 18 bairros da capital roraimense na gestão da prefeita Teresa Jucá. Senhor, não deixa que o eleitor roraimense sofra de amnésia.

Outros Estados – Olha, Senhor, pra qualquer lado que a gente se vire, lá está a fina flor da malandragem. É Anthony Garotinho (RJ), André Puccinelli (MS), Iris Rezende (GO). Em São Paulo, Maluf – o Maluf, Senhor, ele mesmo, o Paulo Salim – e o Quércia, o que quebrou o Banespa. São tantos por todo o Brasil, a maior parte deles – os mais espertos – com “ficha limpa”, porque sequer deixam rastros e tem mais advogados do que eleitores. No Amazonas, fica a perplexidade do leitor H. Romeu Pinto: o que fazer?

Os vices – Oh, Senhor, será que vice tem de ser podre? Esse paspalhão Antônio Pedro de Siqueira Indio da Costa (DEM – vixe, vixe), tão jovem, mas já engatinhando vorazmente nas suas primeiras trapaças. E o Michel Miguel Elias Temer Lulia, o mordomo de vampiro, acusado de depredar e grilar área de reserva ambiental e de recorrer a grileiros e a servidores do governo de Goiás para obter títulos de propriedade fraudados?

Foi para isso, Senhor, que lutamos tanto? Para escolher entre o pior e o ‘menos pior’? Oh, Senhor, não mate nossas esperanças. Precisamos crer na democracia e na política, uma arte tão nobre, que não devia ser assim enlameada. Tende piedade de nós, Senhor, da nossa desinformação que nos leva a votar contra nossos interesses históricos, que nos impede de identificar quem são nossos aliados e quem são nossos inimigos, que nos transforma em eleitor ficha-suja. Tende piedade de nossos formadores de opinião que não encontram o caminho pra abrir os olhos dos demais e, às vezes, sequer os próprios olhos.

Ajuda-nos, Senhor, a mobilizar nossas forças para conquistar uma reforma política com mudanças na legislação sobre as eleições e o financiamento das campanhas. Precisamos aperfeiçoar a democracia, elegendo representantes comprometidos com a causa pública, inclusive candidatos da oposição, limpos, vigilantes e críticos, porque nenhum sistema democrático sobrevive sem oposição sadia. Embora definitivamente não saibamos rezar, nós te suplicamos, Senhor, não consinta que o capital ético deste País seja dilapidado. Livra-nos, Senhor, dos Collor, dos Sarney, dos Maluf, dos Roriz, dos Barbalho, dos Quércia, dos Jucá. Amém.

Texto de José Ribamar Bessa Freire, professor universitário (Uerj), reside no Rio há mais de 20 anos, assina coluna no Diário do Amazonas, de Manaus, sua terra natal, e mantém o blog

sábado, 7 de agosto de 2010




A FÁBULA DO ELEFANTE PODRE
Alguns dias atrás, num momento de escola bíblica dominical fui surpresado por uma pessoa e sua opinião acerca da igreja que sou pastor, segundo essa pessoa a igreja estava “podre”! Confesso que ao ouvir essa opinião faltou-me o oxigênio, senti-me envergonhado sem saber qual seria a melhor reação. Todavia, entendi que seria uma boa oportunidade para ensinar a igreja uma lição de companheirismo e comunhão cristã, então numa velocidade de luz a estória a seguir surgiu em minha mente:
“Em uma remota tribo do continente africano, algo pitoresco aconteceu. Numa manhã, que parecia mais uma como outra qualquer, os moradores foram surpreendidos, pois ao acordarem perceberam que havia um enorme elefante morto no centro do arraial. Todos questionavam como aquilo poderia ter ocorrido. Havia várias especulações, tais como doença, envenenamento, velhice, enfim. Mas, nada fizeram, passaram as horas, dias e o elefante morto permanecia no centro do arraial. O resultado foi que um odor fétido alastrou-se na atmosfera da pequena tribo, um mau cheiro insuportável, repugnante, todos ficaram incomodados, pois era impossível conviver com a situação.
Muitos acusaram que a circunstancia era provocada pelo péssimo governo do chefe da tribo, não era um líder aprovado pelos “deuses”. Outros, simplesmente abandonaram aquele lugar migrando para outras tribos, houve até mesmo alguém que iniciou uma tribo nova e se constituiu chefe dela, estranhamente alguns taparam o nariz e assim resolveram parcialmente o problema de maneira particular.
Depois de tantos constrangimentos, uma criança pura de um coração tenro e sábio resmungou a todos: Por que não juntamos nossas forças e arrastamos o elefante para longe da tribo?! Só aí puderam entender que alguns problemas não são causados e nem tão pouco resolvidos por um ou por outro, há problemas que são conseqüência da negligencia de todos e todos devem se dedicar a sua solução”.
Como nós temos reagido diante daquilo que identificamos como sendo uma pedra de tropeço para a igreja que congregamos? Quem sabe muitos de nós acham que a melhor opção é sair da igreja, ou ignorar as desventuras como se elas não existissem e ainda tentar encontrar um culpado para os infortúnios que molestam e corrompem a integridade da comunidade dos santos. Em todo caso, a melhor alternativa sempre será a do fortalecimento da comunidade e a união com o fim de solucionar os problemas e encontrar uma convivência pacífica dentro da congregação.

Roberto Costa Oliveira

CORAGEM, FORÇA PARA VENCER!!


Para se iniciar a idéia deste artigo, faz-se necessário passear um pouco numa cidade muito antiga, pois, há registros arqueológicos dela que marcam c. 8000 a.C. Jericó, algumas vezes chamada no Antigo Testamento de cidade das palmeiras (Dt 34. 3), mostrava ser uma cidade rica desde os seus primórdios. Fontes dizem que ali existia um oásis regado por uma nascente de sua própria região.
Nos tempos do Novo Testamento, a nova Jericó situava-se ao sul da antiga, lá Herodes o grande (40/37 a.C.) e os seus sucessores construíram um palácio de inverno com jardins ornamentais, perto dos bosques de palmeiras e bálsamo que produziam boas rendas.
Nota-se que a cidade ocupava um lugar de destaque, era um lugar que propunha lazer, onde famílias de gente rica costumavam investir dinheiro, talvez um lugar composto de beleza afrodisíaca onde o passar tempo a passeios fosse propício, e um terreno fértil para o cultivo do zaqqüm (Balanites aegiptiaca), ou simplesmente o bálsamo, uma especiaria aromática que continha capacidades curativas e cosméticas, este era exportado para o Egito e para Tiro. Portanto um lugar de comércio forte, havia possibilidades de se fazer carreira, pois tinha mercado externo, investir num comércio local, pois era bem freqüentada.
Um dia Jericó parou, pela manhã pensavam ser um dia como outro qualquer, todos estavam prontos na cidade, os vendedores de frutas na praça, os turistas passeando, os sucessores de Herodes o grande no palácio comendo palmitos e curtindo um bálsamo, Zaqueu cobrava imposto e roubava muito com isso, mas lá na saída para Jerusalém estava um filho de Timeu, ele era um jovem forte que talvez trabalhou na fabricação do bálsamo, e são tantas as sugestões para pensar como se tornara cego, mas o fato é que Bartimeu coitado, estava na sarjeta, marginalizado, mendigando o que comer, sofrendo por dois motivos: o primeiro era que seus olhos lhe roubaram um prazer em comum na cidade, todos amavam olhar para as palmeiras balançando, a fonte que alimentava o oásis e as crianças que se banhavam nele, era questão de tradição tal como as quedas do açude Tapera em invernos prolongados (coisa rara), e o segundo era que os mesmos olhos o impediam de trabalhar, fincando assim difícil a sobrevivência numa cidade cujo custo de vida era altíssimo.
Todavia, aproximava de Jericó um que todos já comentaram na região, há trinta anos estava por lá, mas nunca uma narração bíblica informa sua visita à cidade, alguns já tinham ido à Judá para vê-lo, pois sua fama alcançara o coração de muitos em Jericó, outros vieram em sua frente para informar aos moradores, e então, o caos tomou conta da cidade, todos partiram para a entrada do município, não sabendo eles que era a ultima semana de Jesus de Nazaré. O seu compromisso era de fato importantíssimo Ele iria morrer pela humanidade, nada podia para-lO. Seguia grande multidão que desfrutava do seu poder, pois curava os enfermos; da sua generosidade, pois alimentava os famintos e do seu companheirismo, pois lhes acalentava os corações com palavras libertadoras.
Já na saída, Bartimeu ouvia a euforia dos seguidores que O aclamavam e O louvavam, assim como O importunavam e apertavam, (eu não ficaria olhando de longe também). Bartimeu estava atônito, era sua única esperança, já havia até pensado em procurá-lO na Galiléia, mas, ninguém lhe conduzira até lá. Enfim, o dia tão esperado por ele e só tinha uma coisa a fazer, não podia deixar passar sem que lhe curasse, afinal era a oportunidade magna, voltaria a contemplar as palmeiras de Jericó, o oásis e trabalhar com o bálsamo, Bartimeu encheu os pulmões de ar e, um grito ecoou: Jesus Bardavi, digo: Jesus filho de Davi tem misericórdia de mim! Digo: Jesus filho de Davi tem misericórdia de mim! Mas, para surpresa de Bartimeu as pessoas como de costume ali também não se importavam com um cego mendigo e repreendiam para que se calasse, mas ele sabia, era sua única chance, sua saúde e felicidade estavam em Jogo, então ele não desiste, ainda mais um pouco de ar nos pulmões e: Jesus filho de Davi tem misericórdia de mim! Parecia um sonho, alguém veio até ele e disse: agora se acalme Ele te chama. O grito de necessidade de Bartimeu O fez parar, não era um grito qualquer era um grito de alguém corajoso que sentia medo, medo da multidão, medo de não ser atendido, medo de não voltar a enxergar, enfim de não viver. Por certo suas pernas tremiam e seu coração batia mais forte e intensamente, o quadro não era favorável para ele, entretanto mostrou-se corajoso. O termo bíblico é hãzaq que significa literalmente mostrar-se forte, daí então entende-se que, ser corajoso não significa não ter medo, mas mostrar-se forte mesmo estando em pânico. E Bartimeu conseguiu mostrar força diante do medo, por isso ele alcançou a tão desejada cura; na vida há duas opções: ser corajoso e enfrentar os desafios, ou reclamar o tempo todo diante do que poderia ter sido feito.
Toda e qualquer pessoa, um dia terá que decidir ser corajosa, pois os dias são maus e os covardes não encontrarão lugar entre os vencedores, só a pessoa que se mostra forte diante do medo consegue se convencer de que é possível ser bem sucedido diante de seja lá o que for o mostrar-se forte quer dizer controlar a si mesmo, uma vez que contamos com nós mesmos como nosso pior adversário. Costumo dizer: Não importa o que as pessoas falem ou pensem de você, mas o que você pensa de si mesmo! Há momentos que não sabemos o que fazer, e tudo o que pensamos é que a melhor saída é desistir de tudo, lançar planos ao vento, ou, atirar para todos os lados numa busca desesperada por uma solução, quando isso acontece o pior de tudo é que acabamos por tomar a solução alheia, daí o princípio do fracasso. Bartimeu não contou com nenhum entusiasta ao seu lado que lhe impelia ao sucesso, apenas um monte de pessoas que achavam que ele era pobre demais para alcançar nível tão elevado, a atenção do Rei dos reis. Mas não era o que ele achava, ele decidiu pensar mais alto e atraiu a atenção de Jesus.A cura de Bartimeu tem um significado messiânico, (Is 35.5) por isso ele é a primeira pessoa no evangelho segundo Marcos que se dirige a Jesus com o titulo messiânico, Filho de Davi. O incidente revela boas lições sobre Cristo, contudo é notável a posição histórica do filho de Timeu, conseguir mostrar força num quadro tenso como aquele é extraordinário. Não há nada tão propicio a transtornar o juízo quanto o medo. Ele engendra terríveis alucinações, conduz a insensatez, já disse Quinto Curcio que o medo horroriza-se de todos, mesmo daquele que podia socorrê-lo. Pensando assim sentir medo é temível, ou, dá medo ter medo, pois hora põe asas nos calcanhares, hora deixa-os pregados na terra e ainda os rodeia de obstáculos. Mas mostrar-se forte é não se deixar dominar quando se estar suando frio, quando a boca fica seca e a voz parece ficar presa no mundo interno ou mundo da gente; mostrar-se forte é não perder a sã consciência, é saber focalizar objetivos, seja em palavras ou seja em atitudes; mostra-se forte é enfrentar a ocasião do medo sem mostrar que está com medo, mostrar-se forte é ser dotado de equilíbrio psico-espiritual.

EM CRISTO:
Pr. Roberto Costa Oliveira