sábado, 7 de agosto de 2010

CORAGEM, FORÇA PARA VENCER!!


Para se iniciar a idéia deste artigo, faz-se necessário passear um pouco numa cidade muito antiga, pois, há registros arqueológicos dela que marcam c. 8000 a.C. Jericó, algumas vezes chamada no Antigo Testamento de cidade das palmeiras (Dt 34. 3), mostrava ser uma cidade rica desde os seus primórdios. Fontes dizem que ali existia um oásis regado por uma nascente de sua própria região.
Nos tempos do Novo Testamento, a nova Jericó situava-se ao sul da antiga, lá Herodes o grande (40/37 a.C.) e os seus sucessores construíram um palácio de inverno com jardins ornamentais, perto dos bosques de palmeiras e bálsamo que produziam boas rendas.
Nota-se que a cidade ocupava um lugar de destaque, era um lugar que propunha lazer, onde famílias de gente rica costumavam investir dinheiro, talvez um lugar composto de beleza afrodisíaca onde o passar tempo a passeios fosse propício, e um terreno fértil para o cultivo do zaqqüm (Balanites aegiptiaca), ou simplesmente o bálsamo, uma especiaria aromática que continha capacidades curativas e cosméticas, este era exportado para o Egito e para Tiro. Portanto um lugar de comércio forte, havia possibilidades de se fazer carreira, pois tinha mercado externo, investir num comércio local, pois era bem freqüentada.
Um dia Jericó parou, pela manhã pensavam ser um dia como outro qualquer, todos estavam prontos na cidade, os vendedores de frutas na praça, os turistas passeando, os sucessores de Herodes o grande no palácio comendo palmitos e curtindo um bálsamo, Zaqueu cobrava imposto e roubava muito com isso, mas lá na saída para Jerusalém estava um filho de Timeu, ele era um jovem forte que talvez trabalhou na fabricação do bálsamo, e são tantas as sugestões para pensar como se tornara cego, mas o fato é que Bartimeu coitado, estava na sarjeta, marginalizado, mendigando o que comer, sofrendo por dois motivos: o primeiro era que seus olhos lhe roubaram um prazer em comum na cidade, todos amavam olhar para as palmeiras balançando, a fonte que alimentava o oásis e as crianças que se banhavam nele, era questão de tradição tal como as quedas do açude Tapera em invernos prolongados (coisa rara), e o segundo era que os mesmos olhos o impediam de trabalhar, fincando assim difícil a sobrevivência numa cidade cujo custo de vida era altíssimo.
Todavia, aproximava de Jericó um que todos já comentaram na região, há trinta anos estava por lá, mas nunca uma narração bíblica informa sua visita à cidade, alguns já tinham ido à Judá para vê-lo, pois sua fama alcançara o coração de muitos em Jericó, outros vieram em sua frente para informar aos moradores, e então, o caos tomou conta da cidade, todos partiram para a entrada do município, não sabendo eles que era a ultima semana de Jesus de Nazaré. O seu compromisso era de fato importantíssimo Ele iria morrer pela humanidade, nada podia para-lO. Seguia grande multidão que desfrutava do seu poder, pois curava os enfermos; da sua generosidade, pois alimentava os famintos e do seu companheirismo, pois lhes acalentava os corações com palavras libertadoras.
Já na saída, Bartimeu ouvia a euforia dos seguidores que O aclamavam e O louvavam, assim como O importunavam e apertavam, (eu não ficaria olhando de longe também). Bartimeu estava atônito, era sua única esperança, já havia até pensado em procurá-lO na Galiléia, mas, ninguém lhe conduzira até lá. Enfim, o dia tão esperado por ele e só tinha uma coisa a fazer, não podia deixar passar sem que lhe curasse, afinal era a oportunidade magna, voltaria a contemplar as palmeiras de Jericó, o oásis e trabalhar com o bálsamo, Bartimeu encheu os pulmões de ar e, um grito ecoou: Jesus Bardavi, digo: Jesus filho de Davi tem misericórdia de mim! Digo: Jesus filho de Davi tem misericórdia de mim! Mas, para surpresa de Bartimeu as pessoas como de costume ali também não se importavam com um cego mendigo e repreendiam para que se calasse, mas ele sabia, era sua única chance, sua saúde e felicidade estavam em Jogo, então ele não desiste, ainda mais um pouco de ar nos pulmões e: Jesus filho de Davi tem misericórdia de mim! Parecia um sonho, alguém veio até ele e disse: agora se acalme Ele te chama. O grito de necessidade de Bartimeu O fez parar, não era um grito qualquer era um grito de alguém corajoso que sentia medo, medo da multidão, medo de não ser atendido, medo de não voltar a enxergar, enfim de não viver. Por certo suas pernas tremiam e seu coração batia mais forte e intensamente, o quadro não era favorável para ele, entretanto mostrou-se corajoso. O termo bíblico é hãzaq que significa literalmente mostrar-se forte, daí então entende-se que, ser corajoso não significa não ter medo, mas mostrar-se forte mesmo estando em pânico. E Bartimeu conseguiu mostrar força diante do medo, por isso ele alcançou a tão desejada cura; na vida há duas opções: ser corajoso e enfrentar os desafios, ou reclamar o tempo todo diante do que poderia ter sido feito.
Toda e qualquer pessoa, um dia terá que decidir ser corajosa, pois os dias são maus e os covardes não encontrarão lugar entre os vencedores, só a pessoa que se mostra forte diante do medo consegue se convencer de que é possível ser bem sucedido diante de seja lá o que for o mostrar-se forte quer dizer controlar a si mesmo, uma vez que contamos com nós mesmos como nosso pior adversário. Costumo dizer: Não importa o que as pessoas falem ou pensem de você, mas o que você pensa de si mesmo! Há momentos que não sabemos o que fazer, e tudo o que pensamos é que a melhor saída é desistir de tudo, lançar planos ao vento, ou, atirar para todos os lados numa busca desesperada por uma solução, quando isso acontece o pior de tudo é que acabamos por tomar a solução alheia, daí o princípio do fracasso. Bartimeu não contou com nenhum entusiasta ao seu lado que lhe impelia ao sucesso, apenas um monte de pessoas que achavam que ele era pobre demais para alcançar nível tão elevado, a atenção do Rei dos reis. Mas não era o que ele achava, ele decidiu pensar mais alto e atraiu a atenção de Jesus.A cura de Bartimeu tem um significado messiânico, (Is 35.5) por isso ele é a primeira pessoa no evangelho segundo Marcos que se dirige a Jesus com o titulo messiânico, Filho de Davi. O incidente revela boas lições sobre Cristo, contudo é notável a posição histórica do filho de Timeu, conseguir mostrar força num quadro tenso como aquele é extraordinário. Não há nada tão propicio a transtornar o juízo quanto o medo. Ele engendra terríveis alucinações, conduz a insensatez, já disse Quinto Curcio que o medo horroriza-se de todos, mesmo daquele que podia socorrê-lo. Pensando assim sentir medo é temível, ou, dá medo ter medo, pois hora põe asas nos calcanhares, hora deixa-os pregados na terra e ainda os rodeia de obstáculos. Mas mostrar-se forte é não se deixar dominar quando se estar suando frio, quando a boca fica seca e a voz parece ficar presa no mundo interno ou mundo da gente; mostrar-se forte é não perder a sã consciência, é saber focalizar objetivos, seja em palavras ou seja em atitudes; mostra-se forte é enfrentar a ocasião do medo sem mostrar que está com medo, mostrar-se forte é ser dotado de equilíbrio psico-espiritual.

EM CRISTO:
Pr. Roberto Costa Oliveira

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