terça-feira, 21 de setembro de 2010

Batistas repudiam campanha político-religiosa contra o PT

Batistas repudiam campanha político-religiosa contra o PT

ELEIÇOES 2010: PRONUNCIAMENTO DA ALIANÇA DE BATISTAS DO BRASIL

do site da Aliança

A Aliança de Batistas do Brasil vem, por meio deste documento, reafirmar o compromisso histórico dos batistas, em todo o mundo, com a liberdade de consciência em matéria de religião, política e cidadania. A paixão pela liberdade faz com que, como batistas, sejamosum povo marcado pela pluralidade teológica, eclesiológica e ideológica, sem prejuízo de nossa identidade. Dessa forma, ninguém pode se sentir autorizado a falar como “a voz batista”, a menos que isso lhe seja facultado pelos meios burocráticos e democráticos de nossa engrenagem denominacional.

Em nome da liberdade e da pluralidade batistas, portanto, a Aliança de Batistas do Brasil torna pública sua repulsa a toda estratégia político-religiosa de “demonização do Partido dos Trabalhadores do Brasil” (doravante PT). Nesse sentido, a intenção do presente documento é deixar claro à sociedade brasileira duas coisas:

(1) mostrar que tais discursos de demonização do PT não representam o que se poderia conceber como o pensamento dos batistas brasileiros, mas somente um posicionamento muito pontual e situado;

(2) e tornar notório que, como batistas brasileiros, as ideias aqui defendidas são tão batistas quanto as que estão sendo relativizadas.

1. A Aliança de Batistas do Brasil é uma entidade ecumênica e dedicada, entre outras tarefas, ao diálogo constante com irmãos e irmãs de outras tradições cristãs e religiosas. Compreendemos que tal posicionamento não fere nossa identidade.

Do contrário, reafirma-a enquanto membro do Corpo de Cristo, misteriosamente Uno e Diverso. Assim, consideramos vergonhoso que pastores e igrejas batistas histórica e tradicionalmente anticatólicos, além de serem caracterizados por práticas proselitistas frente a irmãos e irmãs de outras tradições religiosas de nosso país, professem no presente momento a participação em coalizões religiosas de composição profundamente suspeita do ponto de vista moral, cujos fins dizem respeito ao destino político do Brasil.

Vigoraria aí o princípio apontado por Rubem Alves (1987, p. 27-28) de que “em tempos difíceis os inimigos fazem as pazes”? Com o exposto, desejamos fazer notória a separação entre os interesses ideológicos de tais coalizões e os valores radicados no Evangelho. Por não representarem a prática cotidiana de grande fração de pastores e igrejas batistas brasileiras, tais coalizões deixam claro sua intenção e seu fundo ideológico, porém, bem pouco evangélico. Logrado o êxito buscado, as igrejas e os pastores batistas comprometidos com as coalizões “antipetistas” dariam continuidade à prática ecumênica e ao diálogo fraterno com a Igreja Católica, assim como com as demais denominações evangélicas e tradições religiosas brasileiras? Ou logrado o êxito perseguido, tais igrejas e pastores retornariam à postura de gueto e proselitismo que lhes marcam histórica e tradicionalmente?

2. Como entidade preocupada e atuante em face da injustiça social que campeia em nosso país desde seu “descobrimento”, a Aliança de Batistas do Brasil sente-se na obrigação de contradizer o discurso que atribui ao PT a emergente “legalização da iniquidade”. Consideramos muito estranho que discursos como esse tenham aparecido somente agora, 30 anos depois de posicionamentos silenciosos e marcados por uma profunda e vergonhosa omissão diante da opressão e da violência a liberdades civis, sobretudo durante a ditadura militar (1964-1985). Estranhamos ainda que tais discursos se irmanem com grupos e figuras do universo político-evangélico maculadas pelo dinheiro na cueca em Brasília, além da fatídica oração ao “Senhor” (Mamon?).

Estranhamos ainda que tais discursos não denunciem a fome, o acúmulo de riqueza e de terras no Brasil (cf. Isaías 5,8), a pedofilia no meio católico e entre pastores protestantes, como iniquidades há tempos institucionalizadas entre nós.

Estranhamos ainda que tais discursos somente agora notem a possibilidade da legalização da iniquidade nas instituições governamentais, e faça vistas grossas para a fatídica política neoliberal de FHC, além da compra do congresso para aprovar a reeleição. Estranhamos que tais discursos não considerem nossos códigos penal e tributário como iniquidades institucionalizadas. Os exemplos de como a iniquidade está radicalmente institucionalizada entre nós são tantos que seriam extenuantes. Certamente para quem se domesticou a ver nas injustiças sociais de nosso Brasil um fato “natural”, ou mesmo como a “vontade de Deus”, nada do mencionado antes parece ser iníquo. Infelizmente!

3. Como entidade identificada com o rigor da crítica e da autocrítica, desejamos expressar nosso descontentamento com a manipulação de imagens e de informações retalhadas, organizadas como apelo emocional e ideológico que mais falseia a realidade do que a apreende ou a esclarece. Textos, vídeos, e outros recursos de comunicação de massa, devem ser criteriosamente avaliados.

Os discursos difamatórios tais como os que se dirigem agora contra o PT quase sempre se caracterizam por exemplos isolados recortados da realidade.

Quase sempre, tais exemplos não são representativos da totalidade dos grupos e das ideologias envolvidas. Dito de forma simples: uma das armas prediletas da difamação é a manipulação, que se dá quase sempre pelo uso de falas e declarações retiradas do contexto maior de onde foram emitidas. Em lugar de estratégias como essas, que consideramos como atentados à ética e à inteligência das pessoas, gostaríamos de instigar aos pastores, igrejas, demais grupos eclesiásticos e civis, o debate franco e aberto, marcado pelo respeito e pela honestidade, mesmo que resultem em divergências de pensamento entre os participantes.

4. A Aliança de Batistas de Brasil é uma entidade identificada com a promoção e a defesa da vida para toda a sociedade humana e para o planeta. Mas consideramos também que é um perigo quando o discurso de defesa da vida toma carona em rancores de ordem política e ideológica.

Consideramos, além disso, como uma conquista inegociável a laicidade de nosso estado. Por isso, desconfiamos de todo discurso e de todo projeto que visa (re)unir certas visões religiosas com as leis que regem nossa sociedade. A laicidade do estado, enquanto conquista histórica, deve permanecer como meio de evitar que certas influências religiosas usurpem o privilégio perante o estado, e promova assim a segregação de confissões religiosas diferentes. É mister recordar uma afirmação de um dos grandes referenciais teológicos entre os batistas brasileiros, atualmente esquecido: “Os batistas crêem na liberdade religiosa para si próprios. Mas eles crêem também na igualdade de todos os homens. Para eles, isso não é um direito; é uma paixão. Embora não tenhamos nenhuma simpatia pelo ateísmo, agnosticismo ou materialismo, nós defendemos a liberdade do ateu, do agnóstico e do materialista em suas convicções religiosas ou não-religiosas” (E. E. Mullins, citado por W. Shurden).

Nossa posição está assentada na convicção de que o Evangelho, numa dada sociedade, não deve se garantir por meio das leis, mas por meio da influência da vida nova em Jesus Cristo. Não reza a maior parte das Histórias Eclesiásticas a convicção de que a derrota do Cristianismo consistiu justamente em seu irmanamento com o Império Romano? Impor a influência de nossa fé por meio das leis do Estado não é afirmar a fraqueza e a insuficiência do Evangelho como “poder de Deus para a salvação de todo o que crê”? No mais, em regimes democráticos como o Estado brasileiro, existem mecanismos de participação política e popular cuja finalidade é a construção de uma estrutura governamental cada vez mais participativa. Foi-se o tempo em que nossa participação política estava confinada à representatividade daqueles em quem votamos.

5. A Aliança de Batistas do Brasil se posiciona contra a demonização do PT, levando em consideração também que tal processo nega o legado histórico do Partido dos Trabalhadores na construção de um projeto político nascido nas bases populares e identificado com a inclusão e a justiça social. Os que afirmam o nascimento de um “império da iniquidade”, com uma possível vitória do PT nas atuais eleições, “esquecem” o fundamental papel deste partido em projetos que trouxeram mais justiça para a nação brasileira, como, por exemplo: na reorganização dos movimentos trabalhistas, ainda no período da ditadura militar, visando torná-los independentes da tutela do Estado; na implantação e fortalecimento do movimento agrário-ecológico dos seringueiros do Acre pela instalação de reservas extrativistas na Amazônia, dirigido, na década de 1980, por Chico Mendes; nas ações em favor da democracia, lutando contra a ditadura militar e utilizando, em sua própria organização, métodos democráticos, rompendo com o velho “peleguismo” e com a burocracia sindical dos tempos varguistas; nas propostas e lutas em favor da Reforma Agrária ao lado de movimentos de trabalhadores rurais, sobretudo o MST; no apoio às lutas pelos direitos das crianças, adolescentes, jovens, mulheres, homossexuais, negros e indígenas; e na elaboração de estratégias, posteriormente transformadas em programas, de combate à fome e à miséria.

Atualmente, na reta final do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, vemos que muita coisa desse projeto político nascido nas bases populares foi aplicado. O governo Lula caminha para seu encerramento apresentando um histórico de significativas mudanças no Brasil: diminuição do índice de desemprego, ampliação dos investimentos e oportunidades para a agricultura familiar, aumento do salário mínimo, liquidação das dívidas com o FMI, fim do ciclo de privatização de empresas estatais, redução da pobreza e miséria, melhor distribuição de renda, maior acesso à alimentação e à educação, diminuição do trabalho escravo, redução da taxa de desmatamento etc.

É verdade que ainda há muito a se avançar em várias áreas vitais do Brasil, mas não há como negar que o atual governo do PT na Presidência da República tem favorecido a garantia dos direitos humanos da população brasileira, o que, com certeza, não aconteceria num “império de iniquidade”.

Está ficando cada vez mais claro que os pregadores que anunciam dos seus púpitos o início de uma suposta amplitude do mal, numa continuidade do PT no Executivo Federal, são os que estão com saudade do Brasil ajoelhado diante do capital estrangeiro, produzindo e gerenciando miséria, matando trabalhadores rurais, favorecendo os latifundiários, tratando aposentados como vagabundos, humilhando os desempregados e propondo o fim da história.

Enfim, a Aliança de Batistas do Brasil vem a público levantar o seu protesto contra o processo apelatório e discriminador que nos últimos dias tem associado o Partido dos Trabalhadores às forças da iniquidade. Lamentamos, sobretudo, a participação de líderes e igrejas cristãs nesses discursos e atitudes que lembram muito a preparação das fogueiras da inquisição.

Maceió, 10 de setembro de 2010

Pastora Odja Barros Santos – Presidente

Pastores/as batistas membros da Aliança

Pr. Joel Zeferino _ Igreja Batista Nazaré – Salvador-BA

Pr. Wellington Santos – Igreja Batista do Pinheiro – Maceió-AL

Pr. Paulo César – Igreja Batista Bultrins – Olinda –PE

Pr. Paulo Nascimento – Igreja Batista da Forene – Maceió-AL

Pr. Reginaldo José da Silva – Igreja Batista da Cidade evangélica dos órfãos – Bonança-PE

Pr. Waldir Martins Barbosa – Ig. Batista Esperança

Pr. Silvan dos Santos – Igreja Batista Pinheiros – São Lourenço da Mata- PE

Pr. Marcos Monteiro – Comunidade de Jesus – Feira de Santana – BA

Pr. João Carlos Silva de Araujo – Primeira Igreja Batista do Recreio

Pra. Marinilza dos Santos – Igreja Batista Pinheiros – São Lourenço da Mata- PE

Pr. Adriano Trajano – Chã Preta – AL

Pr. Pedro Virgilio da Silva Filho – Serrinha BA

Pr. Gilmar de Araújo Duarte – PIB Brás de Pina – RJ

Pr. Alessandro Rodrigues Rocha – SIB Petrópolis, Petrópolis RJ

Pr. Nilo Tavares Silva – Igreja:Batista em Praça do Carmo, Rio de Janeiro RJ

Pr.Luis Nascimento – Princeton, NJ – USA

Pr.Raimundo Barreto – USA

Pr. Roberto Costa Oliveira - PIB de Pé de Serra-Ba

sábado, 4 de setembro de 2010

IGREJA BATISTA DE PÉ DE SERRA
Uma Família em Desenvolvimento

A Igreja Batista em Pé de Serra viveu um dois mil e nove super abençoado. A edificação e o crescimento marcaram aquele ano como sendo um dos mais produtivos na história da igreja. A conscientização acerca da comunhão cristã, da necessidade de se fazer uma igreja moderna sem perder o foco bíblico e do envolvimento individual de cada crente fez com a igreja alcançasse um amadurecimento que resultou em uma igreja forte na sociedade Pé-de-serrense. Hoje olhamos para trás e temos o nosso coração grato a Deus por sua presença e cuidado.
Dentro de todos os eventos que foram realizados em dois mil e nove alguns marcaram nossas vidas, a exemplo da capacitação de professores da Escola Bíblica, realizada em janeiro daquele ano. Preferimos chamá-la de Jornada Pedagógica Cristã visto que o objetivo da capacitação foi conscientizar os professores da EBD sobre ferramentas pedagógicas que devem ser usadas para se construir uma Escola Bíblica interessante e formadora de discípulos de Cristo. Na ocasião pudemos contar com a presença de uma Matemática especialista em EBD que desenvolveu a idéia de plano de aula e uma Psicopedagoga que trabalhou as ferramentas pedagógicas. A nossa Escola Bíblica já não é mais a mesma.
Em Abril, nossa Igreja experimentou um bom momento de confraternização e lazer, no dia dezenove de abril, um ônibus com boa parte da igreja e com novos convertidos em sua maioria se dirigiu a Arembepe, onde ficamos até o dia vinte e um de abril. Momentos de reflexão fizeram aquele retiro mais interessante e espiritual, inclusive uma delas com o pastor Abrão da Silva que nos deu a honra de ouvi-lo em uma das noites de culto. Voltamos de Arembepe com um gostinho de quero mais e desde aquela ocasião a igreja sonha com o próximo retiro.



Já em maio de dois mil e nove o momento foi mais romântico, além de darmos ênfase ao mês da família, nós organizamos o Primeiro Encontro de Casais da igreja, o impacto não foi apenas para os membros da congregação, visto que estendemos o convite para casais não crentes da cidade. O evento foi marcado pela presença de pessoas ilustres da sociedade como o prefeito e esposa, o vice-prefeito e esposa, alguns vereadores acompanhados de suas esposas e outras pessoas, Mas, as presenças que mais emocionaram a congregação foram as dos maridos descrentes de algumas irmãs da igreja.


Agosto foi impactante com a movimentação dos jovens para o desenvolvimento da obra de Deus, todo o mês ficou sob a responsabilidade deles. Foram finais de semana edificantes, pastores como Agnaldo Alonso da PIB de Serrinha, Miquéias França de Amélia Rodrigues e Samuel Nascimento de Riachão do Jacuípe fizeram dos momentos de reflexão bíblica banquetes da Palavra de Deus.


Setembro teve ainda uma participação importante dos jovens. A juventude da Primeira Igreja Batista de Valente, iniciou um intercâmbio de jovens trazendo cerca de cinqüenta pessoas entre moças e rapazes. A alegria era contagiante, outros jovens da cidade vieram para a igreja e não saiam nem mesmo fora da hora das atividades, estavam impressionados com a maneira jovem de ser crente.


O mês de novembro foi corrido, percebendo a necessidade de mostrar a igreja métodos de evangelismo, durante todo o ano falamos sobre igreja com propósitos, um modelo de igreja que enfatiza a Comunhão, a Adoração, o Discipulado, o Serviço, Missões e Grupos Familiares. Decidimos começar o mês realizando um Seminário de Igreja com Propósitos. O pastor Eliú Rodrigues da PIB de Conceição do Coité, convidado nosso, foi uma ferramenta importante para este momento. Todos que fizeram o seminário saíram radiantes com a possibilidade de desenvolver esta fórmula na igreja.

Não posso esquecer de um dos momentos mais marcantes do ano, vinte e um novos crentes desceram às águas batismais, porque se arrependeram de seus pecados e confessaram a Cristo como salvador de suas vidas. Alugamos um espaço com piscina para realizarmos o evento, não há palavras para descrever o que ocorreu naquela noite, a cidade estava presente em massa para ver as pessoas que aviam abandonado suas antigas religiões e agora confessavam ter nascido de novo.


No final de novembro estávamos reunidos para cultuar em ação de graças por mais um ano da igreja em Pé de Serra. A presença dos grupos familiares da Ibam foi o presente que recebemos de Deus e por ele somos muito agradecidos. A disposição e o amor para com a obra de Deus daquelas pessoas marcaram nossas vidas. A honra de receber alguns irmãos membros das igrejas associadas a Associação Batista feirense também foi relevante para a nossa felicidade do momento.


No último mês do ano além do natal, no qual foi apresentado uma peça empolgante e do ano novo com o culto da virada, a igreja viveu um momento belíssimo com o I Congresso da Família, um final de semana que a igreja pensou sobre a importância da família para os tempos atuais, como acompanhar o avanço da sociedade sem perder os valores cristãos.
Assim tivemos um ano bem sucedido. Optei por não citar as dificuldades, aprendi que sou porta voz de boas noticias. E, por falar em boas noticias, lembro da inauguração da congregação no povoado de cascalheiras, fortalecimento do ponto de pregação em Cabuí e os avanços na conclusão do prédio onde congregamos.
Dois mil e dez será o ano da organização, há muita coisa para colocar em ordem, Até mesmo num sentido orgânico da igreja. Secretaria, ministérios, pequenos grupos, formação de líderes e sobre tudo o inicio do novo templo que tem sido a prioridade de dois mil e dez.